quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

1+2+3+...+63

Um fácil probleminha de matemática: obtenha a soma dos 63 primeiros números naturais e tenha um feliz resultado!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Seis meses do Espaço Xadrez Total!

Inaugurado no último dia estadual do enxadrista, o Espaço Xadrez Total completou agora (12/12) seis meses. Próximo ao metrô Ana Rosa, o local é a idealização do sonho do casal Mauro Amaral e Vivian Heinrichs. Entre as muitas atividades enxadrísticas realizadas lá duas são semanais. O circuito de palestras acontece às segundas-feiras, sempre com um titulado Fide como palestrante. Às terças é realizado um torneio de xadrez relâmpago.
Para comemorar os seis meses de funcionamento, a atividade do dia foi uma simultânea com o MF Estácio Vermelho Limberg. Veja no Facebook album de fotos do evento.
2016 começa a toda no EXT! Da Sexta-feira de Carnaval (5/2) à Quarta-feira de Cinzas (10/2), o Espaço sedia dois eventos oficiais Fide/CBX. Um deles é um curso de arbitragem Fide, válido para norma de AF e/ou AN. O outro, é o Campeonato Brasileiro Feminino. A prova reunirá dez jogadoras: as MIs Joara Chaves (classificada via semifinal), Vanessa Feliciano (atual campeã), Regina Ribeiro (semifinal) e Juliana Terao (atual vice-campeã); as MFs Julia Alboredo (semifinal), Regina Bonfim (semifinal) e Suzana Chang (convidada da CBX); Natália Baccarin (semifinal), Marcela Dias (semifinal) e Vivian Heinrichs (convidada da organização).

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Hill Valley Chess Tournament 2015

Uma fan fiction baseada num torneio real

Realizou-se recentemente (ou não, conforme veremos) o Hill Valley Chess Tournament (Torneio de Xadrez de Hill Valley), edição 2015. A prova da prestigiada cidade californiana foi organizada por quatro crononautas que vamos conhecer ao longo deste relato. Como todos os participantes inscritos são residentes na capital bandeirante, o encontro inicial dos seis deu-se nesta cidade. Mais precisamente, no Alfonso Bar Vero (Av. Prof Alfonso Bovero, 538), onde foram recepcionados pelo proprietário Sonny e seu fiel ajudante Dário ("não perca tempo!"). Após a rodada inicial de Original e a costumeira porção de calabresa apimentada, o primeiro organizador, Dr. Emmet Brown, juntou-se ao  grupo.
Todos (exceto o Sonny e o Dário que tinham que manter o local funcionando) passaram ao novo veículo do "Doc" Brown. Este, além das capacidades tão bem conhecidas do anterior, é capaz de deslocamentos espaciais instantâneos (ainda que relativamente limitados). Isto graças à nova invenção de Brown, o Distribuidor de Gradientes (Gradient Distributor®). Apesar de já ter sua marca registrada, trata-se dum protótipo experimental não patenteado, de modo que não podemos detalhar seu funcionamento. Não podemos falar sobre sua aparência, princípios fundamentais, modo de ativação, ou sequer em que veículo comercial foi montado. No entanto, sobre sua ativação, fui autorizado a informar que a mesma não se dá na velocidade de 88 mph. Seguimos então para Hill Valley, 2 de setembro de 1885.
Chegando lá, encontramos com o árbitro da competição, Mr. Strickland. Seguimos para o saloon local, onde foi disputada a primeira rodada. Foram três vitórias de pretas: Herman sobre Felipe, Cris sobre Bruno e Mauro sobre Marius. Somente o mais atento dos olhares pode ver um DeLorean passar silenciosamente voando sobre a cidade. Terminada a rodada, foram servidas "frisbie pies" e Budweisers. Ao final da refeição, juntou-se ao grupo o segundo organizador, Marty McFly. Uma pequena caminhada e rumamos todos para 5 de novembro de 1955.
Fomos recebidos pelo terceiro organizador, o discreto George W. Mais uma breve caminhada e chegamos à Hill Valley High School (onde, naquela noite, seria realizado o baile "Enchamente Under the Sea") para a realização da segunda rodada de nossa prova. Desta vez, as vitórias ficaram com as brancas: Herman sobre Mauro, Cris sobre Marius e Felipe sobre Bruno. Cris e Herman lideravam a prova com dois pontos, seguidos por Felipe e Mauro com um. Uma rápida prova nos salgados e ponche a serem servidos no baile e "25 de outubro de 1985, Lone Pine Mall, aqui vamos nós!".
Assistimos aos acontecimentos no estacionamento do shopping e, após a saída dos líbios, foi disputada a terceira rodada da prova. Bruno perdeu para Herman, Marius derrotou Felipe e Mauro derrotou Cris. Agora Herman liderava com 3/3, seguido por Cris e Mauro a um ponto, e por Felipe e Marius a dois. Terminada a rodada recebemos nosso quarto organizador, Jacob von Hogflume. Jacob nos brindou com duas de suas invenções culinárias: o sanduíche Einstein's Barf e o coquetel Stolen Plutonium! Próxima parada: 21 de outubro de 2015, Courthouse Square.
Com muito cuidado para não atrapalhar o fluxo dos hoverboards, o placo da quarta rodada foi montado na praça. O plano inicial era iniciar a rodada na nona badalada do relógio da torre. Infelizmente, isto não foi possível porque o mesmo continua sem funcionar. "Save the clock tower"! Ainda assim, a rodada teve início às nove em ponto. Herman venceu Cris, Felipe perdeu para Mauro e Bruno para Marius. Herman seguia a frente da classificação com quatro pontos, seguido por Mauro com três, Cris e Marius com dois e Felipe com um.
De volta a São Paulo, 29 de outubro de 2015, Alfonso Bar Vero! Na última rodada Marius perdeu para Herman, Mauro venceu Bruno e Cris derrotou Felipe. Com isso, a classificação final ficou assim: 1º Herman, 5; 2º Mauro, 4; 3ª Cris, 3; 4º Marius, 2; 5º Felipe, 1, e 6º Bruno, sem pontuar (veja aqui o torneio no chess-results). Uma última rodada de cerveja oferecida pelo campeão e todos de volta para sua casa no espaço-tempo!

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Feliz dia... do enxadrista!

Como todos sabem, hoje é observada no Brasil uma das datas comemorativas mais importantes para o comércio. O que nem todos sabem, porém, é que no Estado de São Paulo, também é comemorado o "Dia do Enxadrista". Antes de examinar como a data foi escolhida, vamos examinar outras datas comemorativas ligadas ao jogo-arte-ciência.
Internacionalmente, a data mais comemorada é o 19 de novembro, chamado "Dia Internacional do Xadrez". A data foi escolhida por ser a do nascimento de José Raúl Capablanca, um dos maiores enxadristas de todos os tempos e único latino-americano campeão mundial. A data supostamente foi instituída pela ONU (Unesco?) mas não encontrei comprovação disto. Ainda assim é bastante difundida, aparecendo no verbete sobre xadrez da Wikipédia. É observada principalmente em países ibero-americanos (veja, por exemplo, nota institucional da Federação Portuguesa de Xadrez). Seu grande concorrente é o 20 de julho, data de Fundação da Fide (Federação Internacional de Xadrez). Nos Estados Unidos, o Dia Nacional do Xadrez é comemorado em 9 de outubro.


José Raúl Capablanca
José Raúl Capablanca
Nacionalmente, não há uma data. Houve, em agosto de 2007, durante o I Congresso Brasileiro de Cultura e Xadrez (da Academia Brasileira de Cultura e Xadrez), a proposta da criação do Dia Nacional do Livro de Xadrez. A data seria comemorada em 17 de agosto, data de nascimento de Mikhail Botvinik, campeão mundial. Em muitas fontes encontra-se 31 de maio como se fosse o dia nacional do xadrez. A data, no entanto, é pertinente ao Estado do Rio de Janeiro. Foi instituída em 1965 e refere-se à data de fundação da FMX (Federação Metropolitana de Xadrez), antecessora da atual Fexerj (Federação de Xadrez do Estado do Rio de Janeiro).

Mikhail Botvinik
Mikhail Botvinik
Até onde sei (mas é provável que existam outros), o único munícipio brasileiro a observar uma data comemorativa enxadrística é Taubaté, no interior paulista. Instituído em 2011, a tempo de ser comemorado pela primeira vez no 60º aniversário (no ano seguinte) de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, o "Dia do Enxadrista" daquela cidade é comemorado a 23 de janeiro. Uma justa homenagem ao ilustre morador da cidade, que dispensa qualquer apresentação.

Henrique da Costa Mecking
Henrique da Costa Mecking
Já a data paulista foi instituída através da lei estadual nº 5.095, de 12 de maio de 1986. A lei foi promulgada pelo então governador Franco Montoro e publicada no diário oficial em 13 de maio daquele ano. Em homenagem ao promulgador da lei, a Federação Paulista de Xadrez, organiza anualmente, desde 1999, a Copa Franco Montoro de Xadrez, prova de xadrez rápido por equipes.

André Franco Montoro
André Franco Montoro
Provavelmente ainda mais que o governador, mereceria uma homenagem da comunidade enxadrística paulista o autor do projeto de lei que ensejou a data comemorativa. Trata-se do então deputado estadual Dr. Archimedes Lammoglia. Não encontrei nenhuma outra ligação entre Lammoglia e o rei dos jogos. Apesar disto, sua biografia é assaz interessante. Nascido na cidade de Salto, em 1º de fevereiro de 1920, chegou a São Paulo em 1939, à procura dum emprego que lhe permitisse continuar os estudos. Começou trabalhando como faxineiro no Hospital Matarazzo. Em 1941 ingressou na Escola Paulista de Medicina, formando-se em 1947. Posteriormente Ingressou na política em 1954, elegendo-se vereador em 1955. Em 1958 chegou como deputado à Assembleia Legislativa, onde cumpriu um total de oito mandatos. Em 1960 formou-se em Direito. Em 1964 assumiu a Secretaria Estadual da Saúde, que exerceu por um pouco menos de um ano. Faleceu em Salto, no dia 8 de julho de 1996. Foi o autor da letra do Hino Municipal de Salto. Dá nome a praça em sua cidade natal. Conheça melhor sua impressionante trajetória neste texto de Edmir Chedid (use o mouse para selecionar os parágrafos e tornar legível a fonte amarela em fundo branco). Em 2014 foi publicada uma biografia do Dr. Lammoglia de autoria de Valter Lenzi.
Archimedes Lammoglia
A data, 12 de junho, foi escolhida por ser a da fundação do Clube de Xadrez São Paulo. Fundado em 1902, esta centenária instituição é a mais antiga do gênero na América Latina. Confira a fan-page da entidade no Facebook.

Clube de Xadrez São Paulo
CXSP
A coincidência de data entre o dia do enxadrista e aquela outra comemorada hoje já gerou, há alguns anos, a divertida brincadeira da marca de desodorantes Axe mostrada na imagem abaixo.
A nota triste de hoje é que este é o 21º aniversário do falecimento de Ideal Becker, autor dos livros "Manual de Xadrez" e "Aberturas e Armadilhas".

terça-feira, 2 de junho de 2015

Arbitragem

Nos últimos anos, por ter assumido trabalhos que nada tinham a ver com o xadrez, vinha arbitrando muito pouco. Neste, livre destes compromissos, voltei a arbitrar mais. De fevereiro para cá já fiz 8 eventos: I Festival SP Open, Campeonato Paulista Interclubes, o III IRT do Pinheiros (Memorial Haroldo Salles),  Festival Nacional da Criança, Campeonato Brasileiro Amador, I IRT Blitz do Pinheiros, o Torneio de Xadrez da I Olimpíada Circulista e o III Torneio "Xadrez Sim, Drogas Não", da Consciência do Xadrez. No começo, confesso que me sentia um tanto enferrujado mas lentamente os antigos reflexos retornam.
O I Festival SP Open aconteceu no Colégio Benjamin Constant, de 5 a 8 de fevereiro e reuniu o II SP Open Clássico e o I Torneio Escolar SP Open Juniors. O II SP Open Clássico foi uma prova valendo rating Fide e reuniu duas categorias (cada uma com um torneio disputado à parte): Grupo A (para jogadores com rating menor que 2300) e B (para jogadores com rating menor que 2050). O A foi vencido pelo candidato a mestre (CM) Vitor Roberto Carneiro, com 5½ pontos conquistados nas seis rodadas disputadas. O B foi vencido por Daniel Teidi Awoki, com a mesma pontuação. Ambos foram computados na lista da Fide de março (veja aqui e aqui). O Escolar foi disputado no sábado (7/2) de manhã, em seis torneios: categoria A feminino (para jogadoras matriculadas nos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental), vencida por Esther Santos Oliveira (EMEF Antônio D'Ávilla) com 5/5; A absoluto (para jogadores e jogadoras das séries já mencionadas), vencida Kauê Souza Martins (D'Ávilla, 5/5); B feminino (4º a 6º ano do Fundamental), vencida por Julia Gomes Bortolotti (D'Ávilla, 4½/5); B absoluto, vencida por Daniel Bernath Liao (Colégio Bandeirantes, 5/5); C absoluto (7º ao 9º do Fundamental), vencida Pedro Luis Lins de Brito (D'Ávilla, 4½/5) e tendo Clara Spechotto (Colégio Albert Sabin, 2/5) como a melhor das duas participações femininas; e D absoluto (Ensino Médio), tendo André Gonçalves (Colégio Augusto Laranja, 4/5) como vencedor e Agatha Hurba Nunes (também do Augusto Laranja, 3/5) como a única participação feminina. O São Paulo Open consiste de diversos eventos, sempre organizados com muito esmero pelo GM Krikor Sevag Mekhitarian e pelo MI Evandro Amorim Barbosa, que trazem para seus eventos as principais qualidades dos torneios em que participam (venham elas de torneios no Brasil, na Europa ou até mesmo de torneios de pôquer). Saiba mais sobre o SP Open em sua página oficial.
A seguir veio o Campeonato Paulista Interclubes. A mais tradicional prova do calendário da Federação Paulista de Xadrez é uma competição por equipes (quatro tabuleiros, com até quatro reservas por equipe) e, nos últimos anos, vem sido jogada em sete rodadas espalhadas por dois finais de semana. Desta feita, o primeiro (28/2 e 1/3) foi realizado na Associação Brasileira "A Hebraica" de São Paulo e o segundo (7 e 8/3) no Esporte Clube Pinheiros. A Categoria Especial, disputada pelo sistema Schurig, foi vencida pela equipe AAS CDR São José FIP (GM Rafael Duailibe Leitão, GM Neuris Delgado Ramírez-PAR, GM José Fernando Cubas-PAR, MI Álvaro Valdés Escobar-CHI, GM Ruben Alejandro Felgaer-ARG e José Carlucio Cavalcante) com 21½/28, seguida pelo Pinheiros A (GM Giovanni Portilho Vescovi, GM Gilberto Milos Jr, GM Diego Flores-ARG, MI Herman Claudius van Riemsdijk e Thiago Saddi Tannous) com 20 e pela AAS CDR São José A (MI Leandro Daniel Perdomo-ARG, MI Luis Ernesto Rodi-URU, MF Armen Proudian, João Danilo Mandetta e Otto Dmitry Garkauskas Hernandes) com 16½. A Primeira Categoria, também pelo sistema Schurig, teve a equipe Osasco A (MF Renato Rodrigues Quintiliano Pinto, MIF Juliana Sayumi Terao, MF Wagner Martins Madeira, José Antônio Rosa, Paulo Sérgio de Resende, Renan Aparecido Araújo e Marcos Seman Cuflat Nt) como campeã com 19½; CX Santos A (CM Vitor Roberto Castro Carneiro, Lucas Koji Takeda, Leonardo Yamamoto Portezan Gonçalves, Árquias Sófocles Guimarães Soares da Cruz, Willian Rither de Barros Moura de Lima e Felipe Mazim de Sousa) como vice com 18; e AAS CDR São José S (MF Elbert Gallo Ponce-PER, Klaus Seiji Furucho Gotz, Vinicius Ikezu Saito, Romo Salvador Freitas, Igor Amaral Conte Lofredo Mourão, Sediney Mari da Silva Jr e Daphne Tofano Jardim) como terceira colocada com 16½. As duas primeiras classificaram-se para a disputa da Categoria Especial no próximo ano. Na Segunda, disputada pelo sistema suíço, as três primeiras equipes foram: AAS CDR São José Segal (MF Luismar Jorge de Brito, Vinicius Catozzo Jr, Fábio José Savian, Jorge Marcos Guilherme Monteiro, Felipe Alvarenga Massarioli e Rafael Favarin Giaculli Pimentel) com 19½; Fox A (MF Manuel Cristóbal-ARG, MF Adriano Caldeira, Diogo Nakazawa de Lima, Ed Carlos Leite Luque Benítez, Diogo de Lima Leite e João Moysés Fo) com 17½; e Osasco B (Henry Douglas Severino Salgado, Fabio Nery de Assis, Arthur de Aquino, Leonardo Augusto Araújo, Thiers Camargo e Gilmar Silva Neves) com 16, sendo as duas primeiras equipes promovidas de categoria. Na Terceira, também pelo sistema suíço, o pódio foi composto, pela ordem, por: Paulistano G (Shannon Bruce, Paulo Sérgio Weber da Silva Bianchi, Marcelo Cop de Souza, Lucas Vicente Soares, Eduardo Lisboa Torres, Renato Canil de Souza, Bruno de Freitas e Evander Fragoso Pará); AAS CDR São José G (Thiago Henrique Amaro da Silva, Alexandre Simone, Jorge Fakhouri Fo, Rodrigo Martins Alves de Carvalho, Robson Somekawa, Mauro Michelazzo e Nelson Astro Fo), ambas com 21; e SMEL São José do Rio Preto AC Alexandru Segal (CM Roberto Suardi Jr, Diego Polachini, Alessandro Rodrigues da Silva, Ramón Arnal Carrasco Jr, Luís Fernandes, Vinicius Taishun Lima, Fábio Domingues Ferreira e Isabella Faustino Longo), com 18½. Além das três, também foram promovidas à Segunda Categoria as equipes classificadas de quarto a sexto: CDR São José Cavu & Friends (Tiago Pereira Rodrigues, Gustavo Pizzocaro Gomez, Rauanda Schultz Santos, Rebecca Felske da Silva e Luiz Eduardo Andraus Crozariol); Pinheiros C (Guilherme Matheus Russo, Alexandre Letízio Vieira, Luiz Gonzaga Venelli, Severiano Atanes Netto, Felipe Herman Ferreira van Riemsdijk, Helmut Peter Schütt, Simon Pablo von Erlea e Micael Dattoli) - ambas com 18½; e CXSP A (Leonardo de Miranda Rodrigues, Sérgio de Moura Jovelino, Caio Medeiros Poeta, Marco Tomic, Rodrigo de Mello, José Adolfo Vallejos e Antônio Rodrigo Aguiar Machado) - com 17½. A FPX aproveitou a estrutura armada para o Interclubes para realizar também o Campeonato Paulista de Blitz (jogado no Pinheiros, no dia internacional das mulheres). O grande mestre (GM) cubano Neuris Delgado e o mestre da Fide (MF) argentino Simon Languidey (nesta ordem de desempate) dividiram o título com 7½ pontos conquistados nas nove rodadas da prova. A meio ponto ficaram (também pela ordem do desempate) o mestre internacional (MI) argentino Raúl Claverie, o MF Renato Rodrigues Quintiliano Pinto e o MI Marcus Vinicius Moreira Santos. Foi durante o Interclubes que mais senti os efeitos da minha prévia inatividade como árbitro, chegando a cometer um erro de interpretação das regras. Felizmente, houve tempo hábil para corrigi-lo.
O III IRT ECP - Memorial Haroldo Salles também foi realizado no Pinheiros. A prova (jogada de 20 a 22 de março) homenageou o falecido ex-diretor da seção de xadrez do Clube, Haroldo de Barros Salles. Além do Pinheiros, Haroldo também foi um assíduo frequentador da seção de xadrez do Club Athlético Paulistano. O grande campeão da prova foi Otto Dmitry Garkauskas com 5½/6. Nada menos que sete jogadores dividiram a segunda colocação, com um ponto a menos (listados pela ordem do desempate): Tiago Pereira Caldeira, Yuri Matos Florêncio, Caio Medeiros Poeta, Renan Aparecido Araújo, Edson Rodrigo da Silva, Katherine Lemos Vescovi e Norma Adília Patiño Vargas. O torneio foi computado na lista de abril da Fide.
O Festival Nacional da Criança (Fenac) é um evento da Confederação Brasileira de Xadrez que reúne os Campeonatos Brasileiros das categorias dente-de-leite (sub 8), mirim (sub 10), pré-infantil (sub 12) e infantil (sub 14), nas modalidades feminino e absoluto. Neste ano, a organização coube ao Clube de Amigos do Xadrez (um grupo de pais de enxadristas que se reuniu para conseguir melhores condições nas realizações de eventos enxadrísticos e que realmente "põe a mão na massa" na defesa de suas ideias) e à Federação Paulista de Xadrez. Os torneios foram jogados no Clube Homs, de 3 a 5 de abril, em seis rodadas, com exceção do dente-de-leite feminino, que teve uma a menos. Neste houve um tríplice empate entre a catarinense Aline Balena e as paulistas Thauanny Rodrigues Santos e Sabrina Camargo Viertler, todas com 4. No absoluto, dividiram o título com 5½ o paulista Leonardo Cavazine Santos de Sousa e o mineiro Renan de Souza Stockler Morais. Eu estava diretamente responsável pelos dois torneios mirins (sub 10). No feminino, a paulista Mariana Sawa Kikuchi Cadilhac venceu com escore perfeito. No absoluto, empate entre o fluminense Pedro Pessoa Gomes e o catarinense Vinicius Gonçalves da Silva, ambos com 5. No pré-infantil feminino, a vitória coube à representante mineira, CMF Eymi Priscila Berrio Montufar, que totalizou 5½. No absoluto, o vencedor foi o paulista Alberto Tonhato Bonvini, com 100% de aproveitamento. No infantil feminino, empate entre as paulistas Cassia Thays Oliveira e Júlia Brito da Conceição, ambas com 5 pontos. No absoluto, vitória do catarinense Guilherme de Borba, com apenas um empate cedido. Em todas as categorias em que houve mais de um jogador na primeira posição, eles foram listados pela ordem do critério de desempate.
O Campeonato Brasileiro Amador também foi realizado no Pinheiros e aconteceu de 30 de abril a 3 de maio.O título coube a Leonardo de Miranda Rodrigues, que completou as sete rodadas disputadas com 100% de aproveitamento.A segunda colocação foi dividida pelos três jogadores que somaram um ponto a menos que o campeão (listados pela ordem de desempate): Rendrex Lopes Pinto, Luís Ernesto Serra Azul Fonseca e Daniel Teidi Awoki. Este último foi declarado campeão brasileiro amador sub 2000. O evento foi computado na lista de junho da Fide.
O I IRT Blitz ECP, mais um evento no Pinheiros, foi jogado dia 15 de maio. A prova de xadrez relâmpago, disputada em nove rodadas viu um empate na primeira colocação entre Marcos William de Souza Ribeiro e o local Ricardo de Amorim Schütt, ambos com sete pontos. O desempate (confronto direto) favoreceu Marcos William. Na terceira colocação, com meio ponto a menos, ficou José Francisco Fernandes. O torneio também foi computado na lista de junho da Fide.
O Torneio de Xadrez da I Olimpíada Circulista foi uma prova interna do Círculo Militar de São Paulo, realizado na sede desta agremiação no dia 16 de maio. Participaram doze jogadores, dividos em duas equipes (Branca e Azul). Após as quatro rodadas disputadas pelo sistema suíço, o título coube a Luís Carlos Ferreira Martins, da equipe Azul, com 3½. A meio ponto ficaram, pela ordem do desempate, Paulo Issao Hashimoto (Azul), Cláudio Rogério Dini (Azul) e Paulo Rogério Lourenço dos Santos (Branca). Entre as equipes, vantagem para a Azul, com 13 pontos conquistados contra 11½ da Branca.
O III Torneio 'Xadrez Sim, Drogas Não', foi realizado na sede da Consciência do Xadrez no dia 23 de maio. O título ficou com o MF argentino Manuel Cristóbal, com 4½/5. Três jogadores fizeram meio ponto a menos e dividiram a segunda colocação: Leandro Aparecido dos Reis, Daniel Teidi Awoki e André de Souza Lúcio, nesta ordem de desempate.
Aproveito a oportunidade para agradecer todos aqueles que me possibilitaram esse semestre de intensa atividade enxadrística. Entre muitos outros: Clube de Amigos do Xadrez, o casal Mauro Amaral e Vivian Heinrichs, Evandro Amorim Barbosa, Ramón Arnal Carrasco Jr, Luciano Malta Maia, Krikor Sevag Mekhitarian, Cleito Christovam Natali, Jovane Nikolic, Edy Sakita, André Sasson Salama, Henrique Eric Salama, meu irmão Christian Claudius Ferreira van Riemsdijk e meu pai Herman Claudius van Riemsdijk. Aproveito também para agradecer todos aqueles que fizeram parte das equipes de organização e arbitragem dos torneios listados acima.
Meus próximos torneios como árbitro serão a XXXI InterUSP de 4 a 7 de junho em Itajubá-MG e o IV IRT do ECP - Memorial Siegmund Gansl, no Pinheiros de 12 a 14 de junho (clique aqui para ver a lista de inscritos).

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sesc Santo Amaro e Pré-Mundial

Numa postagem anterior, passei minha agenda de eventos para janeiro. Também já comentei meu desempenho em meu torneio de xadrez. Agora é a vez de comentar os de cubo mágico. Antes de fazê-lo, reproduzo de meu perfil no Facebook a figura abaixo, com metas bem mais detalhadas que as daqui do blog (vale lembrar que então ainda nem sabia da existência do primeiro evento).


No Sesc Santo Amaro, em 17 e 18/1, participei do 2x2x2, do 3x3x3 e do 3x3x3 com uma mão apenas (OH). No 2x2x2 marquei uma média de 15".67 com o melhor tempo de 10".99, ou seja melhorei minha média mas não consegui melhor meu melhor tempo individual (de 8".56, conseguido no Joana D'Arc 2014). No OH (one-handed), tive uma média 1'21".75, com melhor tempo de 1'06".24, ou seja melhorei ambas marcas. No 3x3x3 minha média foi de 43".33 com melhor tempo de 36".78, também melhorando ambas marcas. Além disso, pela primeira vez avancei de fase numa competição. Na segunda rodada do 3x3x3 minha média foi 43".95 com melhor tempo de 38".13.
Já no Pré-Mundial, realizado no Colégio Etapa de 23 a 25/1, participei das mesmas categorias do Santo Amaro e mais do Rubik's clock e do 3x3x3 em menos movimentos (FM). No 2x2x2, média 15".42 com melhor de 12".36, com novo porém pequeno avanço na média e novamente sem conseguir igualar meu melhor tempo. No OH, 1'06".20 e 52".81 (meu primeiro sub 1' na modalidade), novamente melhorando ambas as marcas. No 3x3x3, 45".75 e 36".04, melhorando minha marca individual mas com uma média que só foi melhor que a do meu primeiro evento de cubo mágico (o Mogi Open 2014 em agosto passado). Esta média relativamente ruim, no entanto, deveu-se principalmente ao resultado bisonho de 2'34".11 em minha quinta resolução.No clock, 42".66 e 36".94 (foi minha estreia na modalidade). Em nenhuma destas categorias consegui avançar de fase (o número de participantes foi bem maior que no evento anterior e o nível médio melhor também).
Sobre o FM (fewest moves), outra categoria em que estreei, seu funcionamento é bem diferente das demais em que participei. Estas são todas de velocidade (speed solves) em que cada participante tem cinco resoluções, e a classificação é feita pela média de três delas (a melhor e a pior são descartdas). No FM são três resoluções. Em cada uma delas, o participante tem exatamente uma hora para criar e anotar sua sequência de movimentos num gabarito oficial. A classificação final é feita pela média das três resoluções. Além disso, é uma competição em fase única, ou seja, todos os participantes estão na final (o que fez desta minha primeira final). Meu método para resolver o cubo é um pré-Fridrich (cruz, F2L, cruz, OLL, PLL - ou seja, não conheço ainda os casos de OLL sem a cruz pronta). Fridrich é, provavelmente, o melhor método para speed solve. Mas para FM está longe de ser o mais adequado, sobretudo com a perda extra de movimentos para montar a cruz antes de aplicar o OLL. Existe uma técnica para atenuar este problema, chamada edge control, mas não tinha ouvido falar nela até depois de minha participação no Pré-Mundial.  Aos resultados... Na primeira rodada, consegui uma solução em 51 movimentos. Na segunda, graças a um OLL skip (esta etapa já caiu pronta ao terminar o F2L), consegui uma solução em 44 movimentos. Na terceira, quase estouro o limite de tempo e fico sem pontuação, mas ao apagar das luzes consegui uma solução em 55 movimentos. Com isso, terminei com uma média de 50 movimentos, na décima-segunda colocação. Numa nota pessoal, essa é a categoria do cubo mágico que mais guarda relação com o xadrez, e mais especificamente com o solucionismo. O campeão da categoria (e detentor do recorde sul-americano - para a média - da modalidade) foi Diego Bojunga Menegheti, sócio do Metrópole Xadrez Clube.
Assim, cumpri quase todas minhas metas. Faltou apenas a do 3x3x3, que poderia muito bem ter vindo se não tivesse errado em minhas quarta e quinta (nessa duas vezes!) resoluções. Para meus próximos eventos (ainda não sei quais serão), mantenho portanto a meta de abaixar dos 40" no 3x3x3 e estabeleço as metas de sub 15" para o 2x2x2, sub 1' para o OH, sub 40" para o clock e de 48 movimentos para o FM. São relativamente modestas mas críveis.
Uma coisa que foi bastante legal nos eventos foi encontrar diversos enxadristas, de níveis variados, alguns já conhecidos mas a maioria que só conheci agora.

Enlace 4

Para quem já sabe resolver o cubo (por qualquer que seja o método, mesmo camadas) e se interessar pelo fewest moves, recomendo a menas.com.br, do Menegheti. Provavelmente o melhor é começar pela parte de tutoriais com os vídeos do Allyson Dias de Lima.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Rafael Leitão heptacampeão brasileiro

Acabou neste domingo (25) o 81º Campeonato Brasileiro Individual Absoluto de Xadrez. A prova foi disputada no sistema todos contra todos em João Pessoa desde o dia 17. Esta foi a terceira vez que a capital paraibana sedia a prova (já o havia feito em 1976 e na 80ª edição em 2013).
O grande mestre Rafael Duailibi Leitão, do Maranhão, sagrou-se campeão da prova, com 9½ pontos conquistados nas onze rodadas disputadas (campanha invicta com +8=3). Este foi o décimo-quinto Brasileiro que Leitão disputou e seu sétimo título. Com isso ele se iguala a João de Souza Mendes, Jaime Sunyé Neto e Giovanni Portilho Vescovi como recordistas de títulos nacionais (Walter Oswaldo Cruz e Gilberto Milos Júnior conquistaram seis títulos cada). Além do título e consequente premiação, Rafael colheu quatro pontos de rating. Os destaques de sua campanha ficam para as vitórias sobre o grande mestre Felipe de Cresce El Debs e sobre o mestre Fide Matheus Nakajo de Mendonça.
El Debs terminou na segunda colocação, a meio ponto do campeão (+8=2-1). O destaque de sua campanha foi a vitória sobre o também grande mestre Krikor Sevag Mekhitarian logo na rodada inaugural. Este foi o quinto Brasileiro de Felipe e sua melhor colocação (ele é o único gm brasileiro a nunca ter sido campeão nacional).
Mekhitarian, teve um mau começo, perdendo as duas primeiras rodadas (a segunda para o mestre internacional Máximo Iack Macedo), mas se recuperou ao longo da prova, terminando na terceira colocação com 7½ (+6=3-2). Este foi o décimo Brasileiro de Sevag, fazendo dele o 32º jogador a completar dez participações.
Mendonça, com 7 (+5=4-2), foi o quarto. O desempenho lhe valeu a conquista de sua segunda norma de MI, com destaque para a vitória no confronto direto da última rodada com o mestre Fide Edgar Rodrigues que também lutava pela norma. Este foi o segundo Brasileiro de Nakajo (no primeiro, na 79ª edição da prova, terminou em terceiro e também conquistou norma de MI).
Rodrigues, com 6 (+4=4-3) ficou em quinto, ficando a um ponto da norma de MI. Uma bela estreia para Edgar!
O mestre Fide César Hidemitsu Umetsubo foi o sexto, com 5½ (+3=5-3), em seu segundo Brasileiro consecutivo. Em sua estreia havia terminado na terceira colocação.
Três jogadores dividiram a sétima colocação com cinco pontos: o mestre Fide Francisco de Assis Cavalcanti (+2=6-3), o mestre internacional Máximo Iack Macedo (+3=4-4) e o mestre Fide Paulo Fernando Jatobá de Oliveira Reis, listados pela ordem do desempate. Cavalcanti é um veterano de oito participações. Iack completou sua quinta Final, a terceira seguida. Reis, vencedor da Semifinal Norte/Nordeste, também fez sua quinta participação. Além de lutar contra a maldição da semifinal (tradicionalmente o vencedor da semifinal tem um mau desempenho na final), Jatobá ainda teve que lidar com o extravio de sua bagagem no percurso entre Salvador e João Pessoa! Vale registrar que o vencedor da outra semifinal (que engloba as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste), o grande mestre Everaldo Matsuura abriu mão de sua vaga devido ao conflito de datas entre o Brasileiro e o Festival de Florianópolis, em que Everaldo já tinha confirmado participação antes do Brasileiro ser remarcado.
O mestre Fide local, Luismar Jorge Brito, terminou na décima colocação com 3½ (+1=5-5). Foi apenas seu quinto Brasileiro (terceiro consecutivo). Brito certamente poderia ter participado de muito mais não tivesse residido tantos anos fora do Brasil.
Na décima-primeira colocação terminou o mestre Fide potiguar Roberto Luiz Costa Andrade, outro veterano jogador que, no entanto, surpreendentemente fazia sua estreia na prova. Andrade conquistou três pontos (+1=4-6).
O estreante baiano Mario Henrique Andrade Fiaes completou a tabela com onze derrota e nenhum ponto. Nas 1329 participações da história do Brasileiro, esta foi apenas a 12ª vez que um jogador perde todas as suas partidas. A última vez havia sido no Brasileiro de São José do Rio Preto, em 2005, disputado pelo sistema suíço, com Toshinobu Tasoko. Toshi é um forte amador que viveu sua melhor fase enxadrística na primeira metade da década que inaugurou este milênio. Em Itabirito, 1998, disputado pelo sistema de matches eliminatórios, Gerson Peres Batista e Vinicius de Abreu Marques perderam as duas partidas de seus respectivos matches. Em Bebedouro, 1991, disputado pelo mesmo sistema de Itabirito, foi a vez de Wagner Martins Madeira e Eduardo Arruda Cunha perderem as duas partidas de seus matches. Em João Pessoa, 1976, disputado pelo sistema suíço, Gerardo Frota Jr, perdeu nas duas primeiras rodadas, ficou bye na terceira e então abandonou a prova. Em Fortaleza, 1960, num sistema Schurig inicialmente com 16 jogadores, o capixaba Creso Euclides abandonou a prova após perder seis partidas não completando o mínimo de 50% de participação para que suas partidas fossem computadas na classificação final. No Rio de Janeiro, 1956, João de Souza Mendes, defendendo o título, abandonou a prova após perder na primeira rodada. Na mesma cidade, em 1950, Mário Bawden abandonou após perder na primeira rodada, enquanto o local Ary Camargo Silveira perdeu todas as suas onze partidas (em realidade ele teria treze neste torneio mas Bawden e Trompowsky abandonaram antes da rodada em que enfrentariam Silveira). Já em Nova Friburgo, 1945, pelo mesmo sistema mas com apenas sete participantes, Paulo Duarte Fo perdeu todas as suas seis partidas. Considerando os diferentes sistemas de disputa e a quantidade de participantes, o desempenho de Fiaes neste ano é comparável apenas ao de Silveira em 1950!
A arbitragem esteve a cargo do árbitro Fide Máximo Igor Macedo.
O nível técnico da prova foi bom apesar da clara diferença entre os GMs e os demais participantes. Iack , o único MI, ficou abaixo do esperado. Talvez a presença de mais um GM e consequente chance de norma lhe desse a motivação extra necessária para melhorar seu desempenho. Nakajo mais uma vez mostrou seu grande talento e pode ainda vir a progredir muito, especialmente se decidir dedicar-se exclusivamente ao xadrez. Hoje, sua prioridade é o curso de Engenharia na Escola Politécnica da USP. Edgar teve uma boa estreia e é outro que tem muito a progredir com a experiência. Umetsubo não conseguiu repetir o desempenho do Brasileiro anterior mas tem tudo para se tornar um habitué. Jatobá provavelmente é hoje o jogador mais forte da Bahia e o mais forte candidato a MI do nordeste. Poderia ter se saído melhor. Qualquer um do trio de veteranos Cavalcanti, Brito e Andrade é um digno participante mas o fato dos três terem se classificado no mesmo ano (Cavalcanti foi convidado pela organização) é um sinal de quão pouco valorizado o Brasileiro está. Sobre Fiaes, o paragráfo anterior basta para a análise de seu desempenho. Vale, no entanto, ressaltar que ele se classificou em total acordo com as regras atuais.
Para melhorar o nível técnico há diversas ações que poderiam ser tomadas. Tornar o torneio mais atrativo é a principal delas. Atualmente a maioria dos GMs brasileiros sequer tenta classificar-se para a prova. Há duas maneiras de tornar o torneio mais atrativo: aumentando sua premiação e fazendo dele classificatório para eventos ainda mais importantes. Neste último aspecto, o fato do Zonal 2.4 agora ser aberto é uma pena. Também seria desejável que o Brasileiro fosse um dos critérios (mas não o único!) para formar a equipe olímpica. O sistema de classificação também poderia ser melhorado. Desde Guarulhos, 2005 o Brasileiro vem sido disputado no sistema todos contra todos com 12 participantes. Até Americana, 2009, havia uma semifinal classificatória. A partir da edição seguinte, em 2010 na mesma cidade, passou-se a um sistema de duas semifinais (divididas entre as regiões 1 - sul, sudeste e centro-oeste, e 2 - norte e nordeste). Nas edições com uma semifinal pouco menos de 7% de estreantes por edição (em média). Nas com duas, uma média de 18% de estreantes por edição com um pico de 4 em Montenegro, 2013. Nesta edição um quarto dos participantes chegaram ao Brasileiro pela primeira vez. Talvez nem seja necessário voltar a ter uma semifinal apenas, mas maior transparência no sistema de substituição e voltar a realizar a substituição exclusivamente na semifinal de origem da vaga seria um progresso. Outro aspecto da semifinal a levar-se em conta é o número de rodadas: sendo apenas sete, aumenta enormemente o grau de aleatoriedade da classificação final.
Quanto à organização e demais condições do torneio (local, hotel, etc), não posso dar uma opinião direta mas a julgar pelos post dos participantes no Facebook, tudo correu bem. A decisão da CBX de repetir o local da última edição nos leva a crer que, no geral, as condições devem ter sido acima da média. A transmissão via internet foi elogiável (é sempre bom ver o insight dum grande mestre do nível de Darcy Lima), mas deixou a desejar quanto à possibilidade de escolher uma partida para acompanhar em tempo real. Do ponto de vista da CBX, deixou a desejar a mudança da data (anteriormente estava previsto para dezembro passado) e o consequente conflito com o Festival de Florianópolis e com o Aberto do Brasil do Rio de Janeiro.
Os resultados completos e as partidas do evento podem ser conferidos no chess results.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Arbivara Blitzkrieg 2015

Como em outras ocasiões, hoje comemorei meu aniversário com um torneio de xadrez relâmpago. Como nas outras vezes o torneio foi realizado no Alfonso Bar Vero, o popular Bar do Sonny, localizado na Av. Prof. Alfonso Bovero, 538 (o bar vale à pena mesmo nos dias que não tem xadrez por lá - recomendo fortemente a porção de linguiça apimentada). Este ano no entanto, introduzi uma modificação nas regras: adicionei o desafio de resolver o cubo mágico dando direito a pontuação extra no torneio de xadrez. Quem resolvesse o cubo em menos de 30" receberia 2 pontos extras para o xadrez. Em menos de 1', 1½ ponto. Em menos de 2', 1. Resolver o cubo em tempo superior a 2', ½ ponto extra. Infelizmente a presença este ano não foi tão boa (apenas 7 participantes). Veja abaixo como ficou a classificação final do torneio (para o cubo DNS significa que a pessoa nem tentou resolvê-lo e DNF que tentou mas não conseguiu).

ClNomeCuboPE1234567Pts
Dirk Dagobert
DNS
0
X
1
1
1
1
1
1
6
Mauro Amaral
DNS
0
0
X
1
1
1
1
1
5
Felipe Herman
DNS
0
0
0
X
1
1
1
1
4
Vivian Heinrichs
OK
½
0
0
0
X
½
1
1
3
Guilherme Cirilo
DNF
0
0
0
0
½
X
1
1
Renan Valerio
55'.17
0
0
0
0
0
X
0
Marius Rombout
DNS
0
0
0
0
0
0
1
X
1

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

XIX IRT da Hebraica

Ainda vou rever minhas partidas deste evento com mais calma, mas seguem abaixo minhas impressões iniciais (fortmemente influenciadas pelas de meus oponentes). Todas as partidas do evento estão disponíveis aqui.
Na 1ª rodada enfrentei Eduardo da Costa Marra, 30, 2208 de rating (430 pontos a mais que eu), fazendo dele um jogador duas categorias acima da minha (uma categoria, ou mais propriamente, classe de rating, equivale a 200 pontos). Pelo sistema estatístico utilizado no xadrez, isto dava a ele uma esperança de pontuar de 0,93 contra uma esperança de 0,07 parta mim (cada partida no xadrez vale um ponto e o empate é um resultado possível e relativamente comum). A partida foi boa, com poucos erros. Na abertura joguei um plano pouco usual com 7. ... Ce4 e 8. ... Cb4 (eu estava de pretas) mas que pelo menos desta vez funcionou bem. O momento crítico foi por volta do 12º lance (aqui a análise é de meu adversário). Com 12. ... Td8 penduro um peão. Com 13. Cd2 ele deixa de aproveitar da melhor forma e tivesse eu jogado 13. ... Cxd2 teria igualado a posição. Daí em diante ele foi lentamente aumentando sua vantagem e ao final seu favoritismo prevalesceu. Esta foi, de longe, a partida em que mais gastei meu tempo (terminei com 4' restantes).
Na 2ª, tive brancas contra Luca Oshiro Camargo, 12, 1520 (258 a menos que eu). A expectativa era de 0,82 a 0,18 a meu favor. No entanto, jogadores desta idade, frequentemente estão em processo de rápida ascensão (me parece ser o caso de meu adversário) e seu rating dificilmente reflete sua força de jogo. Ele se mostrou muito melhor preparado que eu para a abertura e conseguiu boa vantagem. Desta vez porém ele gastou mais tempo que eu e seu apuro de tempo aliado à sua inexperiência o levou a errar com 43. ... Txb3, o que me permitiu o duplo 44. Cd4, ganhando a torre e transformando uma derrota certa em vitória.
Na 3ª, pretas contra Arthur Nader Luz, 17, 2041 (263 a mais que eu). Mais uma vez expectativa de 0,82 a 0,18, só que desta vez a favor de meu adversário! Apesar de ter perdido, estou novamente contente com minha partida. Segundo Arthur meu grande erro foi 16. ... Dc5, que lhe permitiu 17. De4 com ataque mortal. Foi um prazer observar como ele impôs seu estilo agressivo às complicações que tentei criar.
Da 4ª não pude participar por compromisso familiar (festa de aniversário dos sobrinhos), então pedi para não ser emparceirado.
Na 5ª, brancas contra meu vizinho de bairro (neste dia fomos ao local no mesmo ônibus), Homero Brujin, 56, 1507 (271 a menos que eu, expectativas de 0,83 a 0,17 a meu favor). Confesso que esperava outra defesa dele, ao invés da Pirc empregada. Joguei com um avanço precoce (talvez até precipitado) de f4, buscando uma linha em que cada jogador atacaria em uma das alas. Para meu plano funcionar, provavelmente eu deveria ter tentado uma ruptura em e5 ou f5, mas ainda não sei precisar o momento ideal para tanto. Da forma com que joguei logo percebi que o ataque dele na ala da dama seria muito mais rápido que o meu na ala do rei e optei por também rocar pequeno, demonstrando o total fracasso de minha ideia original. Apesar desta desvantagem inicial, minha situação melhorou muito quando meu cavalo acessou a casa e6 no lance 27. As trocas que se seguiram conduziram a posição a um final em que tenho clara vantagem e que converti em vitória em poucos lances.
Na 6ª e última rodada, repeti brancas contra Rauanda Schultz, 20, 1540 (238 a menos que eu, expectativas de 0,80 a 0,20). Este é um confronto repetido de meu torneio anterior (disputado em dezembro último no Clube de Xadrez São Paulo) mas com as cores invertidas. Naquela ocasião ela errou cedo e ganhei com facilidade. Desta vez eu esperava uma partida bem mais difícil. Tendo acertado que ela usaria a defesa Caro-Kann, resolvi empregar um ideia mostrada pelo meu tio, um especialista, com 3. f3!?. Com a manobra 11. c4, 12. Db3, 13. Dg3 iniciei o ataque ao seu rei. 14. Bh6?, no entanto, foi uma perda de tempo, teria sido melho o bispo ir direto a e3 ou a f4. Montei meu ataque com paciência e minha adversária mostou-se tenaz na defesa. Mas esta defesa custou-lhe longos períodos de reflexão e quando seu tempo já se escasseava, iniciei as simplificações e sacrifiquei uma qualidade para entrar num final ganho que rapidamente converti em ponto.
Resumo da ópera: três boas partidas (rodadas 1, 3 e 6), uma mais ou menos (5) e uma ruim (2). Ganho de 5,8 pontos de rating (preciso jogar muitos torneios ou melhor consistentemente meu desempenho se desejar cumprir a meta de voltar aos 1850). Claramente houve uma boa evolução em meu nível de jogo com relação aos torneios anteriores (o já citado de dezembro e um ainda pior em novembro). Mas é necessário estudar bastante e melhorar (construir provavelmente é mais exato) o repertório de aberturas para seguir progredindo. Uma pena a grande diferença de ratings em relação a todos os adversários, teria sido bom enfrentar ao menos um ou dois jogadores na mesma classe de rating.
Meu irmão Felipe teve um torneio muito parecido com o meu, com adversários de forças similares e exatamente a mesma evolução na tabela, ganhando 3 pontos de rating. O destaque de seu torneio fica para os confrontos contra os irmãos Igor e Mariana Cadilhac. Meu tio também teve um torneio razoável, ganhando 3,5 pontos de rating.
O torneio terminou em quadrúplo empate com Adriano Caldeira, Armen Proudian, Bernardo Sztokbant e Igor Cadilhac (listados pela ordem de desempate) somando cinco pontos nas seis rodadas disputadas. Clique aqui para visualizar a tabela completa. A organização esteve muito boa e não é de espantar que o evento já esteja em sua 19ª edição.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Mafalda e Xadrez

Ontem foi dia de ver a exposição "O Mundo Segundo Mafalda" (mais sobre a mesma aqui) na Praça das Artes. A mostra vai até o dia 28 de fevereiro e é de graça, confiram que vale à pena! Entre as tiras exibidas deparei-me logo com a seguinte:

Tira da Mafalda jogando xadrez com Felipe e seu criativo relógio

Segue também uma versão mais legível:

Tira da Mafalda jogando xadrez com Felipe e seu criativo relógio

Raquel (mãe): "Mafalda, você pegou a fita métrica?"
Mafalda: "Droga! Agora que nos acostumamos a jogar com relógio, temos que desmontá-lo!"
Felipe: "Pena!"
(A tradução, livre, é minha)

Entre os itens exibidos há ainda um reconstrução do relógio de xadrez inventado por Mafalda:

Reconstrução do relógio de xadrez criado por Mafalda

Existem muitas tiras da Mafalda que têm o xadrez como tema, com menções a jogadores como Fischer e Najdorf. A coleção delas pode ser encontrada na rede (por exemplo, aqui). Uma versão para Kindle (e em espanhol) do livro "Mafalda y el ajedrez" pode ser comprado via Amazon. Estranhamente, apesar da popularidade da personagem e sua estreita relação com o jogo-ciência, quase não encontrei material explorando esta ligação. O único, em italiano, foi este.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Dia de Reis

Hoje é o Dia de Reis (sim eu sei que estou pervertendo o significado da expressão), então aproveito para deixar vocês com a imagem abaixo e indicar que todos acompanhem o Tata Steel Chess Tournament, que acontece na Holanda de 9 a 25 de janeiro.


Enlace 3

Para quem quer conhecer um pouco mais de matemática, uma dica legal é o famoso Curso Prandiano. Ele tem também página no Facebook e perfil no Twitter.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Agenda de janeiro

Este mês participo de três competições, uma de xadrez, duas de cubo mágico.
De 8 a 11 jogo o XIX IRT da Hebraica, torneio de xadrez. Pretendo participar de pelo menos cinco torneios de xadrez clássico (i.e., com longo tempo de reflexão) e voltar aos 1850 pontos na lista de rating Fide.
Dias 17 e 18 participo do Sesc Santo Amaro 2015. De 23 a 25 do Pré-Mundial. Ambas competições de cubo mágico. Não sei de quantas participarei neste ano mas serão tantas quanto eu possa. No mínimo, participarei ainda do Mundial, a ser realizado pela primeira vez no Brasil. Meus objetivos para o ano são: melhorar meus tempos (é óbvio), evitar DNFs, terminar de aprender Fridrich (faltam 50 casos de OLL) e conseguir resolver vendado até o fim do ano.

Enlace 2

Para quem quer aprender mais sobre cubo mágico indico a página de Renan Cerpe, Cubo Velocidade. É minha referência primária (mas não a única, com o tempo vou indicando outros) no assunto e dele também que comprei a grande maioria de meus cubos.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Apresentação final e mais

Sobre literatura: livros também fazem parte de minha vida desde sempre. Na escola, volta e meia tinham que fazer uma nova ficha para mim na biblioteca porque a minha já estava cheia. Durante quase dois anos trabalhei como livreiro.

Sobre esportes: além do xadrez, na juventude pratiquei bastante futebol (é claro) e handebol. Hoje, mais assisto que pratico. Além do futebol (torço para o SPFC), gosto de assistir tênis, basquete, vôlei (mas só se o jogo estiver equilibrado), ciclismo e golfe.

Sobre outros jogos: gosto de shogi, quatroemlinha e outros jogos da família do jogo da velha, breakthrough, EinStein würfelt nicht! e muitos outros.

Isso conclui minha breve apresentação!

Rating da Fide janeiro 2015


Na atual lista de rating (pontuação para medir a força dum jogador de xadrez, usada para formar o ranking internacional) da Fide (Federação Internacional de Xadrez - a sigla está em francês), quatro jogadores mantêm-se acima dos 2800. São eles: Carlsen 2862, Caruana 2820, Grischuk 2810 e Topalov 2800. Anand e Aronian, ambos a três pontos de voltar aos 2800, dividem a quinta colocação do ranking. Nas Américas, os top 10 Nakamura 2776 e So 2762, ambos estadunidenses, lideram. Na América latina, as duas primeiras posições ficam com os cubanos Domínguez 2726 e Bruzón 2685. Nenhum sulamericano integra os top 100. O chinês Wei 2675, nascido em 1999, é o mais jovem top 100 e Short 2660, 1965, o mais velho.
No feminino, apesar de sua recém anunciada aposentadoria, Polgar, com 2675, segue aparecendo à frente da lista pois ainda não atingiu a inatividade (de acordo com os regulamentos da Fide). Hou a apenas dois pontos pode passar ao topo antes mesmo de Judit atingir a inatividade. Elas são as únicas mulheres no top 100 absoluto. Zatonskih 2475, dos EUA, é a melhor das Américas. A peruana Cori 2425 é a única latino americana no top 100 feminino. A cazaque Abdumalik 2369, nascida em 2000 é a mais jovem na lista e Cramling 2518, 1963, da Suécia, a mais velha.
Entre os juvenis, o húngaro Rapport lidera com 2716. O peruano Cori, 2603, está na décima posição geral e lidera as Américas. Shumyatsky, com 2434, aparece na 88ª posição, e é o único brasileiro num top 100 pensado. No juvenil feminino Goryachkina lidera com 2451. Destaque para a Colômbia, que aparece com três jogadoras entre as top 100: Rodríguez Rueda (2371, 9ª colocação no geral e melhor das Américas), Castrillón Gómez (2167) e Salazar (2138).
Entre os países, tomada como base a média do top 10 de cada um, a Rússia lidera no absoluto com 2744, seguida por China (2697) e Ucrânia (2686). Os Estados Unidos, 2668, estão na quarta posição e lideram as Américas. Cuba, 2589, é o 18º no geral e lidera a América latina. A Argentina, 2538 e 30º no geral, lidera os sulamericanos. O Brasil com 2524 ocupa a 32ª posição. No feminino, a liderança é da China com 2496, seguida por Rússia (2487) e Georgia (2439). Novamente os EUA lideram o continente com 2328 e décima posição geral e Cuba a América latina (2278 e 18ª). A Colômbia lidera os sulamericanos com 2196 e 27ª. O Brasil, com 2057 ocupa a 49ª colocação. Além da Colômbia, Argentina (2158, 36ª) e Peru (2065, 48ª) estão à nossa frente.
Entre os brasileiros, Leitão lidera com 2636 e Fier é o segundo após voltar a passar a barreira dos 2600. Com 2604, Fier, 21 partidas computadas, é o mais ativo dos top 10 brasileiros. Além dele, apenas Matsuura, 2505, seis partidas, teve movimentação no período. No feminino, Feliciano (2290) segue à frente.
No xadrez rápido, Caruana aparece um ponto à frente de Carlsen, com 2856. Nessa modalidade o brasileiro Supi aparece na 42ª colocação entre os juvenis, com 2430. No relâmpago, destaque para os estratosféricos 2948 de Carlsen, para a modesta 69ª colocação de Caruana (2679) e para a Colômbia que tem nada menos que sete jogadoras entre as 100 melhores juvenis da modalidade.

Enlace


Recomendo a página Xadrez Total, do árbitro internacional Mauro Amaral, com partidas comentadas, outros artigos e os eventos por ele organizados.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Apresentação - 2a parte

Sobre matemática: desde sempre gostei de aprender a matéria e também de resolver problemas e enigmas. Fui estimulado a isso de diversas maneiras. As três principais foram a família, meus professores e os livros. Família: é bom esclarecer que o estímulo familiar não incluía nenhum componente de pressão. Professores: todos meus mestres da matéria durante o primário foram importantes mas merece destaque a Profa. Maria Odete, durante a 7ª e 8ª série no Pueri Domus. Nesse período (ginásio) uma das minhas diversões prediletas era consultar na biblioteca da escola livros de outros anos e aprender com eles coisas como PA, PG, equações de segundo grau, que só veria na escola um pouco mais à frente. Uma pena que não topei com cálculo diferencial, algebra linear ou topologia nesse período. Livros: me lembro com muito carinho de um sobre formas e medidas (mas infelizmente não lembro o título exato ou autor) que li lá pelos 7  ou 8 anos. Também merece destaque "O Homem que Calculava", de Malba Tahan.

Sobre física: só fui conhecer física no colegial. Então me apaixonei. Tanto que foi minha escolha quando prestei o vestibular. Mas, em grande parte por já trabalhar com xadrez, acabei nunca me formando (estive  também matriculado nos cursos de letras e ciências moleculares - sempre na USP e sem jamais concluir um). Mas voltarei novamente à física no futuro.

Encerro meu texto de hoje deixando um problema de matemática para os aventureiros. Trata-se de um sistema de equações lineares. Encontre o valor de cada uma das incógnitas e o produto de todas elas:

  e + f +  i +  l +   z =   57/2
  e - f +  i -  l -   z =   15/2
-2e + f + 4i + 3l -  5z = -161/2
-2e + f - 5i + 3l +  7z =   61/2
 2e + f + 8i + 4l + 16z =    9  

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Apresentação

Olá!

Sou Marius Rombout Ferreira van Riemsdijk. Neste espaço pretendo falar de minhas paixões. As duas principais ficam evidentes no título: o jogo de xadrez e o cubo mágico! Mas elas também incluem matemática, física, literatura, outros jogos, esportes, etc.

Sobre xadrez: jogo desde sempre, incentivado por meu pai, Herman Claudius. Hoje sou jogador registrado no ranking internacional, árbitro internacional e professor.

Sobre o cubo mágico: novamente, meu primeiro contato foi através de meu pai, que o montava na década de 80, pelo método de camadas. Na época ele me mostrou o método de camadas sem, no entanto, ensinar as manobras. Consegui ir até a segunda camada e desisti. Anos depois (quando tinha uns 20) comprei um numa loja de 1,99 e, depois de três dias, finalmente consegui descobrir como montá-lo. Logo porém o cubo desmantelou-se em minhas mãos e acabei não comprando outro. Mais outros tantos anos depois, arbitrando uma competição de xadrez, meu companheiro de arbitragem, José Salles, estava com um cubo. Foi o que bastou para eu ser novamente fisgado. Venho praticando desde então e, no ano passado, tornei-me competidor registrado no ranking internacional.